Em meu artigo anterior neste blog, falei da importância de contar tanto com a renda fixa quanto com a renda variável para construir uma carteira eficiente de investimentos.
Não é questão de optar entre renda fixa ou variável, mas sim de saber quanto de cada modalidade nos ajudará a alcançar nossos objetivos com mais eficiência.
Neste artigo, explico como estimar essa composição e também sobre como essa técnica cria resultados diferenciados para seus investimentos.
Como dividir a carteira entre renda fixa e renda variável
Já sabemos que a divisão da carteira entre renda fixa e renda variável é saudável para seus investimentos. A questão é como determinar a porcentagem destinada a cada tipo de produto.
Existe uma orientação básica e efetiva para lhe ajudar a compor sua carteira de investimentos com inteligência. É a chamada regra – ou lei – dos 80.
A estratégia se aplica da seguinte forma: primeiro, você deve subtrair sua idade do número 80. O resultado dessa conta vai indicar o percentual a ser investido em renda variável.
Segundo a regra, uma pessoa com 30 anos de idade deve destinar 50% da sua carteira à renda variável. Aos 55 anos, esse percentual cai pela metade, 25%.
4 fatores determinantes para a regra dos 80
Para entender a eficácia da lei dos 80, devemos levar em consideração alguns aspectos. A regra é resultado de vários estudos científicos, que se basearam em quatro fatores principais para determiná-la. Veja quais são:
- Jovens têm mais tempo pela frente: desde que não haja pressa, jovens podem capitalizar melhor sobre as flutuações do mercado.
- Propensão ao risco: renda variável é sinônimo de maior risco. Em geral, os mais jovens conseguem lidar melhor com situações que envolvem algum risco.
- Quanto maior a altura, maior o tombo: jovens têm menos recursos para aplicar, por isso uma eventual queda em seus investimentos não chega a ser desastrosa.
- Equilíbrio permanente: o principal fator que fortalece a lei dos 80 é o equilíbrio proporcionado por ela. A cada ano que passa, 1% do que está em renda variável deve ser direcionado para a renda fixa. Essa é a orientação básica.
A regra dos 80 funciona de forma contínua
Costumo reforçar a importância de rebalancear a carteira de investimentos de tempos em tempos. Esse aprimoramento contínuo é fundamental também para manter o equilíbrio entre renda fixa e renda variável.
A harmonia proporcionada pela lei dos 80 passa pela mudança sutil que ela promove. Perceba que o aumento da renda fixa em detrimento da renda variável é gradual. Com isso, a renda fixa pode funcionar como termômetro das aplicações – conforme apontei anteriormente.
Se você seguir essa regra na composição de sua carteira, poderá fazer bons negócios independentemente da fase da vida. Procure comprar produtos de renda variável quando estiverem abaixo da renda fixa e vendê-los quando estiverem acima. É a famosa ideia de comprar na baixa e vender na alta.
Boas alternativas em renda fixa e em renda variável
Agora que você já tem mais elementos para escolher entre renda fixa e variável (ou se dividir entre elas), é um bom momento de conhecer as diferentes opções de investimento.
Em renda fixa, uma das mais sólidas é o Tesouro Direto, ideal para quem busca um produto bastante conservador. A escolha traz segurança e pode ser o tiro certo para você tomar gosto em poupar e investir.
Há outras opções muito recomendáveis em renda fixa. Entre elas, destacam-se o CDB (Certificado de Depósito Bancário), a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e a LCI (Letra de Crédito Imobiliário). Para entender melhor como cada um desses produtos funciona, confira este artigo do especialista André Bona.
Já em renda variável, uma boa iniciativa é investir em fundos multimercados, que distribuem seus recursos em diferentes ativos. Outro pilar da renda variável é o mercado imobiliário.
Por fim, lembre-se da principal dica: entre renda fixa ou renda variável, escolha o equilíbrio entre as duas. E, periodicamente, faça o rebalanceamento da carteira.